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Casa Vilanova Artigas, um novo momento na arquitetura de São Paulo!

Casa Vilanova Artigas, um novo momento na arquitetura de São Paulo!

Foto: Nelson Kon

Um dos arquitetos mais renomados de São Paulo, Vilanova Artigas, ao construir a sua própria casa na cidade, quebrou padrões, construiu novos conceitos e deixou a todos nós, além de uma bela obra para observação e admiração, um marco na história da cidade e de suas mudanças.

A Casa Vilanova Artigas foi a casa que o arquiteto João Batista Vilanova Artigas construiu para si e sua família. Com um projeto bastante arrojado para a época em que foi feito, foi um marco de mudança, tanto na arquitetura, quanto na sociedade daquele tempo.

A casa não tem porta de acesso direto da cozinha para o quintal, não tem dependências para empregados, não tem fachada regular para rua. São duas casas construídas no terreno de mil metros quadrados, a primeira, de 1942, chamada de Casinha, e a segunda, de 1949, com grandes linhas geometrizadas.

As duas casas rompem em definitivo com o período escravagista vivido pelo país todo, com mudanças importantes, como a ausência de quarto para empregados, ou mesmo, acesso à cozinha pelo quintal, as casas têm não somente a assinatura de um arquiteto, tem parte da personalidade de seu proprietário.

Casinha

A Casinha, foi projetada para um casal sem filhos, e tem influência do arquiteto organizacionista Frank Lloyd Wright, já a segunda casa, soma a isso, a influência do racionalismo de Le Corbusier.

João Batista Vilanova Artigas

Na segunda casa, a sala é o espaço de maior importância. Os cômodos privados são pequenos, enquanto a sala, é ampla e bastante simples, e foi palco de grandes e importantes discussões do Partido Comunista, do qual Artigas era parte, e também de reuniões do Movimento Estudantil Brasileiro da década de 1960, realizadas pelos filhos e amigos do arquiteto.

FAU – USP

Vilanova Artigas tem diversos projetos espalhados por São Paulo, e também em outras cidades, como Londrina e Curitiba. O projeto do Estádio do Morumbi é dele, que também foi professor da FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, trabalhou na mudança da grade curricular do curso de arquitetura nos anos 1960, além de ser o responsável, junto com Carlos Cascaldi, pelo prédio da FAU.

Casinha

Em sua casa, o acesso é delimitado pelos muros da garagem, que está a graus da fachada principal, a casa de 1949 é compacta e econômica, tem espaços privativos pequenos, e uma grande sala de estar integrada a um jardim e a um estúdio elevado.

São nove espaços, sendo eles a lavanderia, garagem, acesso, dormitório, cozinha, sala de estar, estúdio e a Casinha. O terraço é contínuo até o escritório, conectado os espaços e abre-se em três lados, para a maior parte do terreno, que é ocupada por um jardim projetado por Burle Marx.

Mesmo sendo volumoso, o espaço social é simples, separado apenas por paredes, com janelas altas nas duas faces principais, que dão vista para todo o terraço, com pé direito duplo, ligadas por escada que se encaixa em perfeita harmonia entre os vidros.

O telhado, como podemos ver na construção e também no projeto do arquiteto, tem forma de asas de borboleta, com volumes geométricos muito bem definidos, sala com pé direito alto, grandes janelas e paredes de vidro e coloridas, com tons de vermelho, azul, amarelo e branco.

Todas as paredes que revestem a casa são de tijolos maciços pintados, em quase toda a casa, não há reboco, apenas tijolos pintados, a exceção é a extremidade do lado esquerdo, o maior dormitório é rebocado na parte externa e sua pintura é branca.

A casa é toda revestida de vidro, e não possui telhado, como era comum à muitas casas da época, incluindo a Casinha. Ao invés de telhado, há uma cobertura de laje em concreto, seguindo o estilo borboleta. A casa de 1949 é feita de diferentes materiais, incluindo concreto armado, panos de vidro e paredes de tijolos.

Tombada pelo CONDEPHAAT, tanto por sua arquitetura revolucionária, e por isso, um marco para a cidade, quanto pela obra de seu idealizador, projetista e morador. Hoje, a casa é ocupada pelo grupo editorial Giz Brasil, que é voltado para arquitetura e design, e organiza palestras, visitas guiadas pela casa e diversas outras ações.

Como atualmente a casa é ocupada por um grupo que se preocupa em mantê-la, preservá-la e, é claro, mostrá-la para os interessados, todos nós podemos visitá-la, basta ficar de olho na agenda, ou entrar em contato com o Giz Brasil.

Serviço:
Endereço: Rua Barão de Jaceguai, 1149
Site: http://gizbrasil.com/agenda
Contato: casagiz@gizbrasil.com.br

Foto de destaque: Nelson Kon

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