RAPIDINHAS

O Centro ganhou grafites gigantes

By Luana Pires Fernandes

November 12, 2015

Aconteceu em outubro/15 o O.bra Festival no coração de São Paulo com curadoria do Instagrafite. Além do festival ter transformado o Largo do Arouche em um espaço de convivência durante o final de semana do evento, deixou também um legado de 10 murais gigantes em toda a região central de São Paulo realizados pelos maiores grafiteiros do Brasil e do mundo. Cada grafiteiro convidado chamou um colega para colaborar com o mural e assim foi durante 20 dias, sobre plataformas aéreas e laterais enormes e cinzas de prédios da região central, a nossa cidade ficou mais colorida e a reflexão sobre a nossa realidade tomou agora proporções muito maiores.

Os temas escolhidos pelos artistas conversam com a cidade de São Paulo. O mural de Inti + Alexis Diaz (acima) localizado ao lado da Praça das Artes foi inspirado no nome do local, Anhangabaú, nome dado pelos índios tupis que significa “água de mau espírito”.

Speto + 2501 | Interesni Kazki | Jaz + Conor Harrington

Os murais de Herakut + MCity expõem a violência e o envolvimento das crianças com armas e a perda da infância, convidando-nos à reflexão com o gigante mural e com a frase “Ninguém é tão pequeno que não possa ser importante. Então, me ajude a fazer o melhor que eu posso, aonde eu estou, com o que eu tenho.”

Herakut + MCity na Avenida Prestes Maia

Há 3 murais localizados em uma área não turística da cidade, uma região esquecida por ser próxima da cracolândia, e os incríveis murais de Jaz + Conor Harrington, Vitché + Jan Kaláb e Tinho + Carlos Vergara + Sipros apresentam elementos da nossa história, do nosso povo e da realidade brasileira, esses murais vão elevar a auto-estima dos moradores e da região, que atualmente passa por problemas sociais sérios que não podem ser esquecidos.

Tinho + Sipros + Carlos Vergara na Rua Guaianazes

A arte de rua surgiu da vontade de criar um diálogo com a cidade e os seus transeuntes, da necessidade de protestar por meio de letras e desenhos e de ocupar a rua com arte. São Paulo é considerada a capital mundial do grafite, e por que temos esse título? São Paulo tem muitos problemas, sociais principalmente, o grafite e a pichação são gritos para fazer com que as pessoas pensem, reflitam, admirem e mudem o seu mundo interior e consequentemente a sua própria cidade. Cada um de nós tem o poder nas mãos de mudar, começando por sua família, seu bairro, seu trabalho, sua forma de se relacionar com a cidade e com as pessoas. A cor do grafite traz esperança de uma cidade com mais amor e menos desigualdades.

Hebert Baglione | Vitché + Jan Kaláb | Binho + Suiko

Tour a pé realizado durante o O.bra Festival pela Streets of São Paulo.