Hoje, quem passa pelo cruzamento entre a rua São Bento e a Avenida São João dificilmente repara, talvez devido à correria do dia a dia, que está literalmente ao lado de um símbolo paulista, um dos maiores de todos os tempos, o Edifício Martinelli.
Foi um imigrante Italiano, Giuseppe Martinelli, que após se estabelecer na cidade, quis deixar um legado, planejando um projeto ambicioso para a época, o maior arranha-céu da América do Sul com mais de 100 metros de altura, em um tempo em que os prédios de São Paulo não tinham mais de 5 andares.
Projetado por um arquiteto da Academia de Belas Artes de Viena, a construção do edifício se iniciou em 1924 e foi concluída em 1934, após a finalização dos 30 andares, totalizando 105 metros de altura. A construção utilizou os materiais mais luxuosos que existiam na época, como escadas de mármore de Carrara, papéis de parede belgas e louças inglesas.
Entretanto, todo esse luxo não durou muito tempo. Após o seu fundador ter entrado em uma profunda crise financeira, o prédio foi vendido para o governo da Itália e acabou recebendo ao seu lado dois edifícios mais altos do que ele, o do Banco do Estado e o edifício do Banco do Brasil, após o rápido crescimento da cidade no fim da 2ª guerra. Com isso, o prédio acabou entrando em decadência, virando uma comunidade vertical bem no centro da cidade em meados da década de 60, quando carecia do mais básico para a convivência humana.
No fim da década de 70, a administração do prédio foi tomada pela prefeitura do estado, que realizou uma força tarefa para reestruturar e colocar o prédio de volta ao uso, e hoje, por exemplo, abriga a sede do sindicato dos bancários e a Secretaria Municipal de Habitação e Planejamento.
O prédio é um símbolo paulista, um ícone, cuja história vale e deve ser explorada e conhecida. Ela está enraizada na cultura da cidade e de todos por aqui. Se você quer conhecer mais da história guardada no Martinelli, basta entrar no site oficial.
Créditos da imagem de capa: Remaster
