A Série Avenida Paulista desta semana tem uma grande novidade. Fará uma série dentro da série. Em algumas semanas contaremos a história de um dos últimos casarões demolidos na Avenida Paulista, que ficava quase na esquina da Avenida Consolação. Publicados semanalmente, serão 3 ou 4 artigos que chamaremos de Série Palacete Camasmie.
O lindo palacete pertenceu a Taufik Camasmie e, com certeza, muita gente vai lembrar dele.
Esse desafio só foi possível pela grata e gentil colaboração de uma descendente da família: a Marcia Camasmie Dib, neta do Sr. Taufik Camasmie.
A Marcia realizou uma riquíssima pesquisa para seu trabalho de graduação na Faculdade de Arquitetura da USP, intitulado “Produzindo o Ecletismo: estudo de um caso da avenida Paulista (1975-1985)” que versou sobre a construção do palacete. Parte deste belíssimo estudo será mostrado aqui, em seu original, datilografado e com as fotos em papel. Maravilhoso.
É fundamental registrar que a Marcia abriu sua casa, seus armários e sua memória para contribuir com nosso trabalho e compartilhar com todos nós essa riqueza histórica de nossa cidade. Isto é generosidade pura! Marcia, muito, muito obrigada por nos dar essa oportunidade sem igual!
Começamos pelo que conseguimos levantar da história do lugar, antes ainda da construção do Palacete Camasmie. Entre 1917 e meados da década de 1920, a casa que se encontrava no terreno estava registrada no nome de Bento Loeb & Cia, conforme as listas telefônicas da época.
Este também era o nome de uma das principais joalherias paulistanas no início do século passado. A Casa Bento Loeb estava localizada no centro da cidade, à na Rua XV de novembro e era muito conhecida pela elite paulistana. Seus anúncios de jornais mostram o espírito da época.
Como escreveu, Carolina Massaro, “A principal rua da cidade era a 15 de novembro, onde estavam as lojas mais sofisticadas, geralmente com nomes franceses, como a Pygmalion (de roupas) e a joalheria Bento Loeb. Lá também ficava a galeria Werbendoefer, com 36 lojas no térreo e 54 escritórios no primeiro andar. Sua cobertura era de cristal. A redação de O Estado de S. Paulo e de outros jornais ficavam na 15 de novembro, bem como a sede de bancos e de clubes, como o Jockey”.
Tudo acontecia na Rua XV de novembro, e a Casa Bento Loeb era um de seus atrativos, com suas vitrines especiais, lançamento e espaço pata tomar chá. A sociedade paulistana era frequentadora assídua da joalheria e casa de presentes.
Os proprietários da Casa Bento Loeb eram os irmãos Marc, Felix e Bento. Felix morava na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, acreditamos que Bento Loeb morava na casa da Avenida Paulista, mas não temos informações sobre ela. Parece que durante um determinado período funcionou como um showroom da Casa Bento Loeb, mas não podemos afirmar com certeza.
Entre o início e o meio da década de 1920 a casa não aparece nas listas telefônicas, voltando a constar em 1927, em construção, já em nome de Taufik Camasmie.
Com a contribuição de Marcia Dib, descobrimos que o Sr. Taufik se mudou para a Avenida Paulista em 1917, para uma casa alugada no número 3 da avenida, entre a Avenida Angélica e a Rua Minas Gerais. A casa chamava-se Vila Julieta, homenagem a esposa do proprietário Benedito Rolim de Oliveira. Era uma casa grande, com 3 dormitórios, porão alto e pomar nos fundos.
Ficamos sabendo também que foi em 1918 que o Sr. Camasmie comprou a casa do número 18 da Paulista, contrariando a informação da lista telefônica. Abaixo um trecho do trabalho de Marcia que conta sobre a compra do imóvel:
Essa breve descrição nos sugere a grande história que contaremos sobre este palacete e seu proprietário Taufik Camasmie. Acompanhe na próxima semana a continuidade da Série Palacete Camasmie, dentro da Série Avenida Paulista, com a história da construção do palacete.
Magnífico. Até lá!
Christina Biondo
Obrigada, Luciana Cotrim, por contar nossa história! ❤
Marcia, muito obrigada. Sem você nada disto seria possível…Gentileza maravilhosa.
Taufik Camasmie Silvio Bahige Camasmie Magali Kfouri Pedro Gabriel Eduardo Camasmie Gabriel CrisTina Camasmie Taleb Regina Maria Camasmie Gabriel
<3
Agora vai virar mais um prédio na Paulista. Nada contra prédios, mas acho que praças em lugares planos podem ser legais pra cidade.
José, este palacete foi demolido na década de 1980. Hoje é parte da Estação Consolação do Metrô. Isso será contado em detalhes nos próximos posts dominicais.
Lucia Camasmie Kurbhi, Dulce Abdalla, Dora Kurbhi
Elizabeth Atalla Camasmie Jorge Camasmie Marina Camasmie Assad Paulo Camasmie Junior Dora Camasmie Jeraissati Lucia Camasmie Kurbhi
Muito legal! Parabéns pelo seu empenho!
Obeigada, Jorge! A Luciana Cotrim abriu a oportunidade de falarmos sobre nossa familia
Marcia Dib ❤️?
Nossa, que demais Marcia Dib .
Como é importante resgatar e preservar a memória da nossa linda família.
Obrigada por todo este esforço e dedicação.
Minha mãe sempre diz com orgulho:
– A Marcia Dib ganhou nota 10 de toda a bancada com o trabalho de conclusão de curso de Arquitetura, sobre a casa dos Camasmie’s na Paulista.
?
Obrigada, minha linda!!!!! Fico muito contente em ter tido a oportunidade de fazer esse trabalho!
Precisamos preservar a história ! Demolir uma beleza como este palacete é inadmissível ! !
Da série: Não tem mais em Sampa….
Olá, Nicola,
Pelo menos tem uma série que conta a história. Não é mesmo?
Realmente ele é lindo, não sabia que queriam demolir!
Helena,
Infelizmente ele já foi demolido.
Primo André Siqueira lembrei de você! Vamos lá ver…
Olá Priscila, infelizmente o palacete já foi demolido. Estamos resgatando sua história.
`Não é possivel, em hipótese algumaa, a demolição dessa obra de arte. Toca-me o coração ao contemplá-lo.
Olá Maria do Carmo, infelizmente o palacete já foi demolido faz tempo. Estamos resgatando sua história.
Que linda
Na foto colorida da casa percebi que a cúpula parece começar a se soltar da estrutura: isto foi verdade ou engano meu?