Engana-se quem pensa que o Cemitério da Consolação é o mais antigo de São Paulo, 30 anos antes, um grupo de famílias de imigrantes alemães fundou o Cemitério da Colônia!
Até o século XIX os mortos católicos eram enterrados dentro das igrejas, a explicação para isso é simples, eles passariam a eternidade em solo sagrado, protegidos por anjos, santos e é claro por Deus. Quanto mais contribuinte à caridade de sua igreja fosse o morto, mais perto do altar ele era enterrado. Mas, como podemos imaginar, o cheio não era dos melhores.
Na antiga São Paulo de Piratininga, quem não fosse católico seria enterrado no cemitério dos enforcados, na região da Liberdade. Confira uma história interessante da São Paulo de Piratininga da primeira metade do século XIX, sobre o enterro de uma pessoa não católica.

Júlio Frank, um alemão chegou ao Brasil em 1831, aos 22 anos, e se tornou professor na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, ele morreu jovem, aos 32 anos, e não era católico. Muito querido por seus alunos, principalmente pela criação da Bucha, um tipo de organização secreta destinada a auxiliar os alunos pobres, estes, não permitiram que ele fosse enterrado no Cemitério dos Enforcados. Ele foi enterrado no pátio da faculdade, e atualmente seu túmulo é tombado.
São Paulo recebeu um grupo de cerca de 200 imigrantes alemães, pessoas que vieram para trabalhar na agricultura e se estabeleceram na região de Parelheiros, sul cidade. A esta época, o cemitério fora das igrejas já estava se tornando uma realidade no Brasil, visto que o Dom Pedro I havia promulgado uma lei que bania os cemitérios de dentro das igrejas.

Sendo assim, criou-se a necessidade de criar mais cemitérios, tanto para os católicos, quanto para as demais pessoas da sociedade da época. Então, em 1827, em um terreno doado pelo Imperador Dom Pedro I, foi criado o Cemitério da Colônia, que ficava perto da Estrada da Colônia, a passagem imperial.
O Cemitério da Colônia, ou Cemitério de Parelheiros, como muitos o conhecem teve importância histórica para São Paulo, mas, recebeu seu último sepultamento na década de 1970, passando por um longo período de abandono, com muros caídos, acumulando lixo e entulho, o que levou ao seu fechamento em 1996.

No ano 2000, a Associação dos Cemitérios Protestantes assumiu toda a administração do espaço e o cemitério foi reaberto, com todas as suas características históricas e culturais restauradas. Em 2004, ele foi protegido pela lei de zoneamento, e incluído na Zona Especial de Preservação Cultural.
Todos os cemitérios são patrimônios históricos e culturais, além de representar a memória coletiva das pessoas sepultadas, eles também representam períodos históricos, que podem ser vistos em suas construções.
Conheça mais da história de São Paulo visitando o Cemitério da Colônia!
Serviço:
Endereço: Rua Sachio Nakao, 28 – Colônia.
Telefone: (11) 5921-9808
E-mail: colonia@acempro.com.br
Foto de destaque: Vanviski
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Nessa época parelheiros fazia parte do município de santo amaro, portanto o cemitério da consolação foi o primeiro da cidade de São Paulo
Meire Yumi Tumura Yasuda é o cemitério que vocês foram visitar ontem?
Sim, esse mesmo
Viviane Rocha
Meu Deus, estou maravilhada com essas histórias. Quanta riqueza, que muitas vezes desconhecemos. Parabéns ao idealizador dessa página.
Obrigado 🙂 Mas a página não seria nada se não fosse todos os colaboradores e vcs que nos acompanham diariamente. Acompanhe também nosso grupo aqui no face, ele foi criado para trocar dicas, ideias e fotos de SP. https://www.facebook.com/groups/projetosaopaulocity/?ref=bookmarks
Marcelo D Avila Afonso
Sol Dias Elard W. W. Biskamp
Que legal
E verdade, o colonia e mais antigo
Não é não. Parelheiros, na época, pertencia a Santo Amaro que era uma vila independente de São Paulo.
Junior Soares Rosa Fllor
Credo. Ta loca
O mais antigo, tchongo
E ai oshe
Sim Gabi! Realmente é o mais antigo!
Muito interessante o artigo, mas omite inteiramente o fato de que Santo Amaro, no período de 1833 a 1935, ter sido um município independente. Só foi anexado ao município de São Paulo durante a ditadura Vargas.
Meu nome Aparecido Hessel Jordão
Porque não encontro nenhum comentario, sobre o verdadeiro motivo, do abandono do Cemiterio da Colonia Alemã em Parelheiros, SP.
Estive em visita a este local, em 1992, encontrei o cemiterio todo destruido, tumulos antigos destruidos, inclusive de meu “trisavô” Peter Hessel. Com a ajuda do senhor Rockembach, responsável na época, fui ao local onde era o tumulo de meu trisavô, eu tenho fotos antigas de como era, mostrei a ele e ele me levou ao local onde estava o tumulo da foto. Perguntei a ele , porque foi destruido, pois o fundo do cemiterio estava cheio de entulho dos tumulos que foram demolidos. Ele me disse,: O Governador de São Paulo, no fim da
decada de 1970, Sr, Paulo Egidio Martins, com seus aceclas, queriam fazer uma Agencia do Banco Caixa Economica Estadual, em Parelheiros. O terreno que eles botaram os olhos, foi o terreno do Velho Cemitério, vinha de graça. Pois bem o sr. Rockembach, me disse que um belo dia chegou Maquinas e começaram a destruir os tumulos. A população de Parelheiros se uniu e bloqueou a obra e assim ficou fechado até meados de 2000 até fazem a restauração. Como prova da demolição, eu achei no monte de entulho no fundo do cemiterio a “LAPIDE” do tumulo de meu trisavo. Alemão de nome Johann Peter Häsel jr. que no Brasil passou a se chamar simplesmente Pedro Hessel, nascido em 1813 em ULMET Alemanha e falecido na Colonia em 1907. Lápide que se encontra guardada comigo, com autorização do sr, Rockenbach.