Com mais de duzentos anos de história, o Largo da Memória servia como parada estratégica para os viajantes que vinham do interior para a capital
Milhares de pessoas passam todos os dias pelo Largo da Memória, subindo e descendo as escadas que conectam Rua Coronel Xavier de Toledo e com pontos como o Terminal Bandeira e a Estação Anhangabaú. Porém poucos conhecem a história desse lugar, tampouco sua importância para a cidade.
HISTÓRIA
No início do século XIX, nos limites da chamada “cidade nova”, a região do Largo do Piques, atual Largo da Memória, era muito importante para a cidade na época, pois era o ponto de chegada dos viajantes do interior, que vinham para a capital vender suas mercadorias. Lá, eles enchiam seus cantis com a água da bica.
Com o objetivo de facilitar a comunicação entre a capital e o interior, o governo resolveu criar um caminho que facilitasse o trajeto destes viajantes. Então, em 1814, deu-se início a construção da estrada dos Piques pelo engenheiro português Daniel Pedro Müller. Na oportunidade, ele propôs a formação de um largo entre ruas da Palha (atual 7 de abril) e ladeira dos Piques, além de um chafariz que seria usado não só pelos viajantes, mas também pelos animais se restabelecerem após a viagem. Também foi proposto a criação de um obelisco “à memória do zelo do bem público” demonstrado pelo governo.
Para o desenvolvimento do projeto, foi chamado o pedreiro português Vicente Gomes Pereira, conhecido como Mestre Vicentinho, que utilizou pedra de cantaria para levantar o obelisco, enquanto a água que abastecia o chafariz era oriunda do Tanque Reúno, atual Praça da Bandeira, segundo a Prefeitura de São Paulo. Apesar de constantes reclamações a respeito de problemas envolvendo os encanamentos, o chafariz atendia a população.
Com o desenvolvimento da cidade e a criação da linha férrea que cortava a cidade, o chafariz foi transferido para a Estação da Luz, que também passou a ocupar o posto de “porta de entrada” da cidade, que antes pertencia ao largo. Os cavalos e burros, com o passar do tempo, foram dando espaço para o transporte sobre trilhos.
REFORMA
Para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil, em 1917, o então prefeito Washington Luis decidiu restaurar o Largo do Piques. Para tal, o arquiteto Victor Dubugras e o artista plástico José Wasth Rodrigues elaboraram um projeto que continha um novo chafariz, um pórtico de azulejos que exibe a cena do antigo largo (confira uma explicação detalhada sobre o pórtico neste link), além de uma escadaria em pedras e azulejos decorativos com o brasão da cidade, escolhidos através de concurso público vencido por Guilherme de Almeida e Wasth Rodrigues.
Após a reinauguração, o Largo da Memória voltou a ser um dos principais monumentos da cidade na região na época conhecida como “centro novo”, ou “cidade nova”, até a década de 80, quando a região e o próprio monumento passaram por um processo de degradação que ainda reflete nos dias atuais, mesmo após reformas.
CENÁRIO ATUAL
Após ser considerado um dos locais mais perigosos da região central da cidade, o Largo da Memória passou por mais uma reforma, em 2014, ano em que completava seu segundo centenário. Na oportunidade, foram realizados vários eventos comemorativos (confira no link). Segundo Mariana Falqueiro, chefe da Seção de Monumentos do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), o projeto previa a restauração do obelisco e dos azulejos, que foram alvos de pichadores, além da reativação do chafariz, utilizando águas fluviais.
Após quase dois anos da reforma, o Largo da Memória tem sido novamente vítima do descaso da população e da prefeitura. Confira nas fotos abaixo, feitas em março/2016:
É muito comum observarmos o abandono de diversos locais importantes no decorrer do desenvolvimento da nossa cidade e que veio se arrastando ao longo de vários governos. Entretanto, as revitalizações que ocorrem aos poucos são importantes para manter viva a nossa história, acender novamente o nosso orgulho de morarmos em São Paulo, além de resgatar a beleza destes locais. É importante também para nós, cidadãos, reconhecermos a importância dos espaços históricos de nossa cidade, para que possamos valorizá-los e cobrar do governo a conservação destes.
Hoje em dia, pra variar, todo pichado e esquecido pelo poder público…
Infelizmente hoje virou um monumento ao vandalismo regado diariamente a urina….
Pichado….
Anderson Cruz
Aí vem o moleque pixa e mija nesta preciosidade.
E está abandonado, pichado e com fedor de urina, como quase todas as fontes em praças públicas da cidade. A zeladoria esta largada…
José Renato Pedroza, veja isso… Por que será que o primeiro monumento de SP é um obelisco?
Hj parada obrigatória para um xixizinho de quem mora por ali
Vc faz Pro vida ? ☺️
Sim. Sou aluna
Vi que tem duas em comum comigo de lá. ???
Vdd. Vc tb é aluno? Que sede frequenta?
Lugar abandonado, ferido e perigoso. Triste uma cidade que não valoriza sua história.
Denis
Veio do Egito.
Veio do Egito.
O mais mijado do mundo
E o mais abandonado…
Tristeza!!!
Mais uma monumento de São Paulo em situação de abandono!!!
São Paulo está nojenta! Tudo pichado e depredado, prefeitura omissa e cidadãos que destroem o patrimônio da cidade.
Uma grande pena andar pelo centro de SP assistindo a tanto abandono! Uma linda cidade está escondida atrás de pichações, Lixos, buracos, construções abandonadas, invasões! … Triste.