Os recentes atentados a cidade de Paris, capital da França trouxeram a tona uma série de questões dúvidas e incertezas, tanto pelos parisienses como pelos turistas que estavam na cidade e ou estão a caminho dela. Para quem não sabe Paris é a cidade mais visitada do mundo e todos os anos milhões de turistas de todas as partes do mundo cruzam oceanos para conhecer seus monumentos históricos, andar por suas ruas charmosas e provar da mundialmente reconhecida gastronomia francesa.
Mas o que a grande maioria das pessoas não realiza é que a cidade nem sempre teve a atual aparência que conhecemos. A cidade por muitos anos foi um charco lamacento de construções apertadas de estilo arquitetônico bem diferente do que conhecemos hoje. A cara que conhecemos de Paris se deve a uma grande reurbanização feita no século 19 pelo Barão Haussman o prefeito de Paris. Tal reurbanização repercutiu em todo mundo e com o brilho e opulência da nova capital francesa, rapidamente outros governantes correram para copiar o estilo da cidade Luz em seus países de origem.
Em 1911, outro barão o Barão de Duprat assumiu a prefeitura da cidade de São Paulo, e rapidamente iniciou um projeto de reurbanização da cidade de São Paulo dando ares mais franceses à terra do café, durante sua gestão foi contratado o paisagista francês J.A. Bouvard que veio construir parques e praças para embelezar a cidade entre suas obras estão os jardins do Vale do Anhangabaú, o primeiro traçado do parque da Várzea do Carmo (hoje Parque do Pedro), o Belvedere Trianon (hoje o MASP) e a Praça Buenos Aires.
O tempo passou, mas a capital francesa continuou inspirando a cidade e os que a construíam, em 1953 o prefeito Armando de Arruda Pereira remanejou os vendedores de flores do centro da cidade criando o mercado de Flores do Largo do Arouche em semelhança aos mercados de flores da capital francesa. E é no Largo do Arouche que está o mais tradicional restaurante francês do centro cidade de São Paulo o La Casserole, nascido em 1954, pelas mãos do casal Roger e Fortunée Henry e presente até no hoje no mesmo endereço o restaurante é uma verdadeira embaixada da França no Brasil. Atualmente comandado pela terceira geração da família Henri, Leo e Marie comandam o restaurante mantendo a aura parisiense em todo seu detalhe e encanto. Outro símbolo da gastronomia francesa na cidade é o já octogenário Freddy estabelecido no bairro do Itaim, e o já cinqüentão Marcel formam o trio de restaurantes tradicionais da cidade, apesar da imigração francesa ter sido bem menor do que a italiana ou japonesa a, ela é bem representada na cidade seja por nomes estrelados como Erik Jacquin ou Olivier Anquier a Fabrice Lenud proprietário da Patisserie Douce France.
Mas uma leva de novos talentos traz aos trópicos os sabores da capital francesa, e a chegada de marcas internacionais como a fabricante de chocolates Valrona ou a badalada casa Ladurée que vende os macarrons mais conhecidos mundo trazem aos paulistanos o paladar francês. A França se afirmou como pátria da alta gastronomia em uma história de paixão pela culinária que remonta a séculos e que até hoje nos faz sonhar com suas delicias muitas vezes vistas apenas nas telas da TV ou do cinema. Mas com um pouco fome podemos saborear delicias igualmente preparadas aqui como lá pelas mãos dos Chefs de Cuisine, Pastisieurs, ou Gourmets que fazem da nossa cidade, uma cidade um pouco mais francesa.
Gabriel Correia
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uma são paulo mais mariana ninguém quer né