Eu nunca imaginei que iria três vezes ao teatro assistir exatamente a mesma peça. Isso mesmo, a mesma peça. E não sou a única! É muito comum o relato de espectadores que saem do teatro e ficam semanas pensando no texto e querendo assistir de novo para absorver melhor aquela obra prima. Uma peça que está há 10 anos em cartaz e a casa sempre lotada já diz muita coisa.
Como um monólogo tratando de assuntos filosóficos consegue prender tanto a atenção? Um dos motivos é a presença da atriz Clarice Niskier, que possui uma naturalidade de quem nasceu para atuar e faz com que as mentes fiquem extasiadas diante da interpretação doce, forte e profunda que realiza.
Outro motivo é a identificação imediata do público com as palavras. A cada trecho, uma sensação diferente. Surpresa por ouvir verdades que doem, espanto por saber que é, a vida é assim mesmo, sede por conhecimento e evolução, rupturas do certo e do errado, paz…
Baseado no livro do rabino Nilton Bonder, o monólogo A Alma Imoral estreou em julho de 2006 no Rio de Janeiro em uma sala pequena e o tamanho do sucesso surpreendeu a todos. A peça é como uma aula de filosofia com pitadas de humor sofisticado. É como uma conversa franca, provocativa, cheia de questionamentos que nos levam a pensar que, às vezes, precisamos quebrar regras para fazer o que é certo.
BRAVO!
A alma imoral
Direção: Amir Haddad
Duração: 80 minutos
Recomendação: 18 anos
Até 10 de dezembro no Teatro Eva Herz
Av. Paulista 2073, Conjunto Nacional
Quarta 21h . Quinta 18h e 21h
Mais informações: www.almaimoral.com