Aqui em São Paulo tem exposição para todos os gostos, quando elas são gratuitas e de fácil acesso fica ainda mais legal, dessa vez, o tema de uma delas são os Orixás das religiões de matriz africana, vale demais ir até lá e conhecer mais e ver as belas peças.
As religiões de matriz africana estão espalhadas pelo mundo, aqui no Brasil não poderia ser diferente, nossa cultura é completamente permeada pela África, desde os primórdios, nossa terra recebeu tantos africanos, somos tão miscigenados que falar sobre a cultura africana é também falar um pouco sobre nós, brasileiros.
São Paulo recebe agora uma exposição sobre os Orixás das religiões de matriz africanas, Orixás – Sincretismo do Nosso Brasil, as obras são do artista plástico Miguel Angelo, e estão todas expostas no salão Estação Cultura, dentro do Complexo Cultural da Estação Julio Prestes.
Há imagens, representações de entidades que são cultuadas em diversas religiões de matriz africana, adereços, são peças que vão além do senso comum, representações criativas e lúdicas sobre figuras muito conhecidas da sabedoria popular brasileira.
Dentro os orixás que vemos representados temos Omolu, Irôko, Ibeji e Xangô, que também é muito conhecido como Obaluaiyê, Omolu, o rei e senhor da terra, que é representado coberto dos pés a cabeça por palhas. A lenda dele é da mitologia Iorubá, e nos conta que foi abandona por sua mãe, Nanã Buruku, a beira mar pois nascera com o corpo cheio de feridas. Quem o encontrou foi Iemanjá, quase morto, ela cuidou de suas feridas, mas seu corpo permaneceu cheio de chagas, e por isso, é coberto, para escondê-las das pessoas, com as palhas.
Irôko é cultuado principalmente pela nação Ketu do Candomblé e representa as dimensões do tempo e do espaço, além é claro, da ancestralidade, já que ele foi a primeira árvore plantada e o motivo que trouxe à Terra todos os outros Orixás.
Há também representações da divindade dupla da vida, Ibeji que é representada pelos gêmeos Kehinde e Taiwo, filhos de Xangô com Oyá e que foram criados por Oxum, notavelmente, vemos os nomes dos orixás mais comuns à sabedoria popular nesta lenda, aqueles que, mesmo quem não tem conhecimento sobre as religiões de matriz africana já ouviu falar. Kehinde nasceu primeiro e mandava Taiwo supervisionar o mundo, sua função é indicar a dualidade, a contradição e a coexistência dos opostos, um orixá que está relacionado à infância, a alegria e a brincadeira.
Xangô, um dos orixás mais conhecidos, ou falados em rodas de pessoas que pouco conhecem das religiões de matriz africana, é o senhor da justiça, foi Rei de Oyo na Nigéria e é representado com um machado duplo em sua mão, por ter vocação para guerreiro, é o orixá do fogo, dos raios e também das tempestades, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, é muito adorado e também muito temido.
O artista Miguel Angelo busca, através de suas peças expostas combater a perseguição religiosa e também a intolerância, e faz isso de uma maneira bela e interessante, levando conhecimento e valorização das religiões africanas e também afro-brasileiras, ajudando a preservar as tradições e gerando conhecimento, troca de informação e mais compreensão das pessoas.
Então, seja você um conhecedor ou praticante de alguma das religiões de matriz africana, ou, alguém que se interessa pelo assunto e gostaria de conhecer mais, visite a exposição, troque informação, e ganhe ainda mais sabedoria e bons momento vendo belas peças.
Serviço:
Estação Cultura – Estação Julio Prestes da CPTM, Centro de São Paulo
De 30 de Julho a 31 de Agosto
Horário: De segunda a sexta das 10h as 17h00
Gratuito