Conhecido como o berço de São Paulo, o Pateo do Collegio tem uma longa história para contar sobre a cidade que se tornou uma das maiores metrópoles do mundo.
Construído como uma escola em 1554, o Pateo do Collégio, começou como uma pequena cabana feita de pau a pique, onde 13 jesuítas, entre eles José de Anchieta e o Padre Manoel da Nóbrega, tinham como missão, catequizar os índios daquela terra. Ficava em uma posição estratégica e segura, no alto de uma colina, entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, na antiga Vila São Paulo de Piratininga.
A fundação oficial da Vila São Paulo de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, é também a data da conversão do apóstolo Paulo, que dá nome a cidade. Em 1556, com o crescimento daquele vilarejo, o Pateo do Collégio ganhou uma escola e uma igreja, construídas de taipa de pilão, esta construção foi liderada pelo Padre Afonso Brás e pelo líder indígena Tibiriçá.
Em 1640 os jesuítas foram expulsos de São Paulo pelos bandeirantes, por se colocarem contra a escravização dos índios, retornando à cidade somente em 1653, com a ajuda de Fernão Dias e Catarina Camacha, que doaram aos padres as terras de Embu. Em 1655, Catarina institui o reitor do Colégio de São Paulo de Piratininga como seu herdeiro, mas seu testamento foi aceito somente em 1668.
De 1680 a 1694, os padres jesuítas reconstroem o colégio de São Paulo, a igreja e a torre, com taipa de pilão, pedras e cal, e em 1698 começam a construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Em 1711, a Vila São Paulo de Piratininga, passa a ser oficialmente a cidade de São Paulo, em 1757, atendendo a um pedido oficial da Companhia de Jesus, é construída uma cripta na Igreja do Colégio de São Paulo de Piratininga.
Em 1759, o Marquês de Pombal expulsou todos os jesuítas de São Paulo e confiscou seus bens, transformando o Pateo do Collegio no Palácio dos Governantes, ação que perdurou entre 1765 e 1908. Assim, em 1776 foram feitas grandes reformas fachada da construção original, houve também um desmoronamento neste período, que levou a perda de parte do acervo da igreja.
O primeiro registro iconográfico do Pateo do Collégio é de Thomas Ender, feito em 1818. Em 1841 os jesuítas conseguiram retornar ao Brasil, mas, ainda não era possível voltar aos seus colégios. No ano de 1877, São Paulo crescia muito estimulada pela plantação de café, e a área em volta do colégio dos jesuítas começou a ser urbanizada, transformando o espaço do pátio do colégio dos jesuítas em praça, no ano de 1891.
Em 1896, o então Palácio do Governo demoliu parte da antiga construção, e fez uma fachada em estilo neoclássico na entrada principal, antes pertencente ao colégio. O monumento em comemoração à fundação de São Paulo, que fica na Praça Pátio do Colégio foi instalado em 1925.
Em 1930 o Governo de São Paulo passa para os Campos Elíseos, e a construção dos jesuítas se torna então a Secretária de Educação, em 1945 foram entregues ao interventor de São Paulo, um livro com 4 mil assinaturas, solicitando que aquela construção fosse devolvida aos padres jesuítas.
Um dos marcos da comemoração do aniversário de 400 anos da cidade de São Paulo é a devolução do sítio histórico da fundação da cidade, em 1954. Como o prédio estava em completo abandono, foi demolido. A devolução aos jesuítas impunha que eles deveriam construir um colégio e uma igreja, “Casa de Anchieta”, onde seria constituído um museu colonial, conservadas as relíquias remanescentes como a cripta da primeira igreja e parte de uma parede de taipa, e também deveriam haver cursos e atividades culturais.
Utilizando o registro iconográfico de 1818 e duas fotografias, com um projeto de Carlos Alberto Gomes de Cardim Filho, a cabana de pau a pique descrita por Padre Anchieta foi reconstruída com fidelidade arquitetônica aquela de 1681. Após 24 anos de muito trabalho, em 1979 o Museu Padre Anchieta é inaugurado.
Atualmente, o complexo Pateo do Collégio abriga o Museu com coleções de arte sacra, pinacoteca, objetos indígenas, a pia batismal e outros objetos de Anchieta, além de uma maquete de São Paulo do século XVI. Há também uma biblioteca com livros de história, além de diversas atividades culturais, cursos e missas realizadas por jesuítas.
Há também o Café do Pateo, um lugar tranquilo, em meio a agitação de São Paulo para tomar um excelente café e comer um pão desenvolvido a partir da narrativa de Anchieta sobre como os jesuítas de seu tempo se alimentavam.
Visite o Pateo do Collégio, ele é um dos símbolos principais da história da cidade, conheça e se surpreenda com a história de uma das cidades mais importantes da América Latina.
Serviço:
Endereço: Praça Pateo do Collegio, 2 – Centro – São Paulo (próximo ao metrô Sé)
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 16h30. Para visita monitorada é preciso agendar de segunda a sexta, das 13h às 16h
Preço: Museu Anchieta – R$ 6 (inteira), R$ 3 para estudantes, R$ 2 para alunos de escola pública. Gratuito para crianças de até sete anos, pessoas maiores de 60 anos e deficientes físicos.
Telefone: (11) 3105-6898
Site: www.pateocollegio.com.br
Sou baiana e visitei o Pátio, achando que eram as construcoes originais. Me entristeci somente depois ao saber é uma reprodução do original. A lição que fica é a da necessidade da preservação do patrimônio. Devemos votar também pensando nisso, porém infelizmente nenhum candidato deste eleição está fazendo referência a isto.
Me referi, ao citar minha origem, ao grau de preservação de construções seiscentistas. Na Praça da Se existem muitos paulistas, mineiros, paranaenses, nordestinos, matogrossenses e muito daqueles que vieram atrás do sonho do trabalho e não foram bem sucedidos. Deles, infelizmente só posso ter compaixão.
Cacá Di Gital porra, que comentário foi esse? Não faz isso não, na Sé tem todo tipo de gente, inclusive cachorros como o da sua foto de perfil ??
Desculpe Karine Oliveira, comentários como o desse cara só mostram o quanto tem gente ignorante por ai, e o pior é que esses comentários geralmente vem de perfis fake ou com fotos de bichos ou desenhos 🙁
Não liga pra isso, São Paulo City! Tá cheio de gente com perfil sem foto nesse fb, apenas pra semear comentários racistas, machistas, homofobicos, etc. Mas a educação e a fineza sempre vencem!
Não entendi nada.
Mafalda Rodegheri é que tinha uma “pessoa” com preconceitos nesse comentário, mas deve ter ficado com vergonha e deletou 🙂
São Paulo City Obrigada pela resposta, mas é “barra” mesmo.
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Passava meus horários de almoço sentada na praça do Páteo. Lindíssimo!
Rodrigo Bueno
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Giovanna Borchi Monteiro Camila Santos Caique Pereira
Thiago Cruz Patrick Döhler
Muito lindo esse lugar.
Trabalhei 28 anos na esquina/rua Boa Vista com ladeira Gal Carneiro. O Pátio do Colegio era o panorama
Adoro esse local! O museu de Anchieta e sua história, esse local é a Certidão de Nascimento de São Paulo.
Tela do pintor Benedicto Calixto, meu bisavô!
Nossa, sério? Vc tem mais informações sobre isso? A nossa colaboradora Luciana Cotrim ia adorar esses informações ?
Procurem meu irmão, Gilberto Calixto Rios, aqui no próprio Face. Certamente ele irá atende-Los. Abraços
Na minha humilde opinião, esse é o simbolo de Sampa. A missa, principalmente aos Domingos acompanhada do órgão é excelente. Sem contar o Museu, o Café e a Cripta, passeio mandatório para Paulistanos, Paulistas e qualquer turista que queira saber um pouquinho mais da história de São Paulo. Ótimo artigo, parabéns São Paulo City!