Dificilmente alguém não reconhece o nome Mario de Andrade. Um ícone da literatura e um dos mais importantes escritores do Brasil, atuando como poeta, crítico de arte, professor e muitos outros papeis que atribuem perfeitamente sua importância na história do país. Seus livros são até hoje utilizados como leitura obrigatória nos vestibulares (Macunaíma, 1930) e seus poemas são famosos, tanto que hora ou outra são mencionados em jornais, revistas e livros como Paulicéia Desvairada (1922) e Clã do Jabuti (1927).
Mario morava na Rua Lopes Chaves, 546, no Bairro da Barra Funda em São Paulo, e ali, onde viveu entre 1921 e 1945, passou grandes momentos de sua vida, onde idealizou e participou da semana da Arte Moderna em 1922.
Em 1990 foi inaugurada, no mesmo local, a Oficina Cultural Casa Mario de Andrade, que tem por objetivo abrigar exposições e realizar projetos de estudo e criação de gêneros literários, que vai do romance e poesia, ao conto e dramaturgia.
A Oficina aborda temas de jornalismo, interpretação de texto e redação, palestras, leituras dramáticas, recitais, mostras de filmes e até lançamentos de livros. É um lugar que sem sombra de dúvidas, ao chegar lá, o visitante irá submergir em um mundo literário, onde o senso crítico é aguçado e a imaginação é colocada à prova.
A casa é local onde Mario de Andrade recebia às terças-feiras de toda a semana, seus amigos e ilustres representantes do Grupo dos Cinco, formado por: Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti Del Pichia. Só de pensar em estar no mesmo local onde eles se reuniam é impressionante.
Há um poema de Mario (disponibilizado abaixo), onde ele diz que quando morrer, deseja que na rua Lopes Chaves, onde viveu, fique sua cabeça. Se interpretarmos bem o poema, esse desejo se concretizou, pois quantas gerações já estão passando por ali, se alimentando, desenvolvendo e criando a arte da literatura?
“Quando eu morrer quero ficar
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça,
Esqueçam.”
(Mário de Andrade).
O funcionamento da Casa é de Terça à Sexta, das 14h às 20h e aos Sábados das 10h às 16h. Para maiores informações segue os contatos da casa:
Telefone: (11) 3666-5803 / 3826-4085 | casamariodeandrade@oficinasculturais.org.br
https://www.facebook.com/CasaMariodeAndrade/
Foto capa: Leco de Souza
Ótima matéria ????????
Fui muitas vezes a essa casa. Ia pela curiosidade de ver onde Mário de Andrade morava. Depois , faz algum tempo, participei de uma oficina. Realmente poder ter acesso a essa preciosidade é fabuloso. Pena que casas como a do Oswald, Tarsila, Anita, não tiveram a mesma sorte.
Tenho uma amiga minha aí em São Paulo cuja mãe foi aluna de piano do Mário de Andrade no Conservatório Dramático e Musical.