Os cemitérios antigos de São Paulo conservam importantes acervos artísticos e históricos. Os cemitérios, tal como muitos casarões, teatros, linhas férreas e monumentos construídos em meados do século XIX e início do XX , são testemunhas da história social da cidade.
No final do século XIX a cultura do café, então chamado ouro-verde, proporcionava vida opulenta a famílias que aqui se instalavam, vindas do interior do Estado e também de outros países em busca de novas possibilidades de trabalho ou para ampliação dos negócios e de suas fortunas.

Era o momento da Belle Époque paulistana na imitação dos hábitos parisienses, manifestos na arquitetura, moda, festas, convenções e também dos sepultamentos e ornamento dos túmulos.
Os cemitérios, então chamados “campos santos”, em meados do século XIX, já substituíam as igrejas na prática de sepultamentos.
Em 1856, a Assembleia Legislativa Providencial de São Paulo aprovou o Primeiro Regulamento para os cemitérios da cidade de São Paulo. Esta medida provocou inúmeros protestos entre os praticantes do cristianismo que já tinham incorporado a tradição do sepultamento nas igrejas. Apesar dos protestos, o regulamento passou a ser seguido.
Assim surgiu, em agosto de 1858, o primeiro Cemitério Municipal, hoje Cemitério da Consolação. Sua localização, nos arrabaldes da cidade era condição essencial e estratégica para garantia de salubridade da área urbana, restrita ao que nos dias de hoje corresponde ao centro velho – ruas Quinze de Novembro, Direita e São Bento.

Perfil dos sepultados
No cemitério municipal, em seus primeiros anos, eram sepultadas pessoas de todas as classes sociais: escravos, agregados, senhores de escravos, homens livres abastados e pobres, estrangeiros. Após a virada do século, o perfil dos sepultados passou a mudar, assim como modificou-se a geografia urbana paulistana.
Na época, o cemitério municipal passou a enterrar pessoas que, realizaram em vida, atividades de relevância para a sociedade. Por este motivo, as famílias e os amigos, a partir da primeira década do século XX, contratavam construtores e escultores de renome, em sua maioria com formação na Europa, como Victor Brecheret, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili, entre outros, para ornamentarem os túmulos das ilustres personalidades.

Esses túmulos são importantes registros da história social e política de São Paulo, com personalidades que se destacaram no cenário paulistano.
Outras necrópoles antigas, tais como Araçá e São Paulo, abrigam obras representativas da arte tumular.
Visita guiada no Cemitério Consolação
O Serviço Funerário instituiu a visita guiada no cemitério da Consolação, criando um roteiro para conhecer os túmulos de personalidades ilustres e as obras de arte instaladas nos túmulos. A visitação é aberta para estudantes, professores, pesquisadores, turistas, entre outros.

O cemitério da Consolação é um verdadeiro museu a céu aberto. Fundado em 15 de agosto de 1858, possui túmulos de personalidades como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, José Bonifácio de Andrada e Silva (o Patriarca da Independência), Antoninho da Rocha Marmo, Mário e Oswald de Andrade, além de obras de importantes escultores, tais como Victor Brecheret, Nicola Rolo, Luigi Brizzolara, entre outros.
Conheça um pouco sobre o Popó, recepcionista do Consolação

Francivaldo Almeida Gomes nasceu no dia 23 de setembro de 1967, na cidade de Crateus, Ceará, lugar onde passou a infância ao lado de seus quatro irmãos e três irmãs. Francivaldo, como muitos brasileiros, abandonou os estudos na quinta série do então ensino fundamental e foi trabalhar para ajudar sua família. Desde então, passou pela construção civil e pelo comércio ambulante até que um primo o chamou para trabalhar de garçom numa churrascaria em Brasília. Animado, aceitou o convite e para comprar a passagem vendeu seu único bem, um relógio de pulso.
Por quatro anos permaneceu em Brasília e, em 1986, veio para São Paulo e aqui na cidade, voltou para o ramo da construção civil, trabalhando na construção do prédio do Citibank na avenida Paulista.
Em 1987, Francivaldo casou-se com Josane, garota baiana que conheceu no parque do Ibirapuera e tiveram três filhos: Felipe, Herbert e Patrick e até hoje seguem casados. Ainda em 1987, trabalhando como porteiro no edifício onde, lembra, morava a ex-ministra Zélia Cardoso, Francivaldo viu no jornal que haveria um concurso público para sepultador do Serviço Funerário Municipal e fez a inscrição. Em 1989, já aprovado, escolheu o cemitério Consolação para exercer a função.
Onze anos depois, uma nova oportunidade fez mudar sua vida. O então administrador do cemitério Consolação, o professor e historiador Délio Freire dos Santos, criador do roteiro da visita guiada, observando o interesse de Francivaldo pela arte e história do Consolação, começou a ensiná-lo sobre a história do cemitério, dos sepultados e sobre a arte tumular ali presente.
Demonstrando grande interesse, Francivaldo, além de acompanhar as visitas no cemitério guiadas pelo historiador, passou a frequentar a Biblioteca Mario de Andrade para se aprofundar na história das personalidades sepultadas. Estimulado pela busca de conhecimento, agarrou a oportunidade e retomou seus estudos até a conclusão do segundo grau. Na mesma época, participou do curso de Arte Tumular com exposição itinerante no Shopping Light, ministrado pelo professor Délio Freire.
Foi nesta mesma época que ganhou o apelido de Popó. Ele conta que o cantor sertanejo Marcelo Costa, em visita ao cemitério, olhou para ele e disse: sabe que você é muito parecido com o pugilista Popó, vou te chamar assim, posso? O apelido pegou e hoje sou mais conhecido como Popó, que é mais fácil mesmo de guardar do que o meu próprio nome.
Em abril de 2002, com a morte do professor Délio, Popó assumiu a administração do cemitério Consolação e, também, a posição de guia das visitas.

Nesses mais de 13 anos, Popó estima já ter recebido mais de oito mil pessoas para a visita guiada, com públicos que vão desde alunos do ensino fundamental e turistas até acadêmicos especialistas em arquitetura.
Hoje, acredita que todas as suas escolhas o levaram ao trabalho de sepultador, administrador e guia do cemitério Consolação e afirma, enfaticamente, que cumpre suas funções não por obrigação, mas por verdadeira paixão. Popó finaliza sua história dizendo “eu estudo a morte para melhor compreender a vida”.
Serviço:
Cemitério da Consolação
End: Rua da Consolação, 1660 − Consolação − zona Oeste − São Paulo.
Horário das visitas monitoradas: as terças e sextas-feiras, das 14 às 15:30 horas.
Para escolas, é possível agendar às quartas-feiras, em dois horários, às 10h e às 14h. Para fazer sua inscrição ou de seu grupo, envie e-mail com até um dia de antecedência para assessoriaimprensa@prefeitura.sp.gov.br com nome completo, telefone para contato, nome dos acompanhantes (se houver), dia e horário da visita.
Em caso de escolas, é solicitado que no mesmo e-mail envie também o nome da instituição de ensino, responsável que acompanhará o grupo e faixa etária dos participantes.
Entrada gratuita
Mais informações aqui
Eliane Oliveira hahaha você vai comigo hein kkkkkk
Com certeza!!! A mãe ja foi na Consolaçao tem ate guia turistico ? rs
Tô fora!
Olha Profa. Nair Inoue
O Cemitério da Consolação é um museu a céu aberto, para quem aprecia arte recomendo o passeio, inclusive tem visita guiada.
J’adore Araça très jolie ????
Alice quero ir nesse lugar místico tbm
Já fui lá antes de roubarem o túmulo do povo ahdhsbd
Vamo lá roubar o túmulo dos Matarazzo
PIOR Q ROUBARAM
Hiago Levi Carolina Flores
Gui Bonadia
Você e suas coisas de terror ai
Medroso ?
Bianca Dagostino Bolonhezi sou mesmo ????
So se for guiada. Estive la e com o mapa nada consegui achar. As orientacoes do mapa nao batem!
Ai mãe Edinalva Nunes Dos Santos
Diego Almeida
O mausoléu dos Matarazzos é um dos mais bonitos. Estive lá por 2 vezes.
José Bonifácio está sepultado no Panteon dos Andradas, junto com seus irmãos, em Santos.
Você esqueceu de mencionar que a Marquesa de Santos está sepultada no Cemitério da Consolação e que foi ela quem doou o terreno para a construção do cemitério.