O Café já foi conhecido no Brasil como o Ouro Negro, um produto tão valorizado quanto pedras preciosas num momento histórico não muito longínquo da história do nosso país. São Paulo tem sua trajetória de expansão e crescimento entrelaçada ao café.
Diz-se que a história do café teve início no século IX, com origem na atual Etiópia, há relatos de boa apreciação deste grão no Egito e Europa antigas, contam lendas que pastores de ovelhas viam que, após os animais comerem as folhas do cafezal, ficam mais espertos, ganhavam vivacidade.
Ainda segundo a lenda, isso fez com que os homens provassem da iguaria, que também foram utilizadas para dar ainda mais força aos guerreiros. O café como bebida, porém, teve sua disseminação apenas a partir do século XVI, tendo a sua primeira torra na Pérsia.
No Brasil a história do café tem início no século XVIII, Francisco de Melo Palheta trouxe mudas da Guiana Francesa, e as primeiras plantações aconteceram no estado do Pará, porém as condições climáticas não eram nada favoráveis.
Em busca de melhores condições de solo e clima, o café foi trazido para a região sudeste do país, tendo suas primeiras grandes lavouras na baixada fluminense, no estado do Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba, em São Paulo e no sul do estado de Minas Gerais.
Neste ponto, é que o café passa a transformar o estado de São Paulo, trazendo expansão, crescimento, revoluções e riqueza, até então impensáveis para aquele momento histórico do Brasil.
No ano de 1837, o café se torna o principal produto exportado pelo Brasil Império, grandes lucros tornaram os fazendeiros muito ricos, e eles passaram a ser conhecidos como os Barões do Café, que sustentavam o Império financeiramente, e traziam para as cidades novos prédios e o que consideravam puro desenvolvimento.
É fato que a sociedade se modernizou, São Paulo ganhou inúmeras ferrovias e estações, que possibilitavam o escoamento da produção do estado para o Porto de Santos, de onde saía a produção para a Europa, além da mercadoria, as pessoas também foram beneficiadas com as linhas férreas, além de ser possível ir e vir das cidades, as notícias do Brasil e do mundo, passavam a chegar com maior agilidade.
Vale lembrar que a cultura cafeeira dependia do trabalho escravo, se por um lado havia muita renda aos fazendeiros, urbanização das cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e muitas cidades do interior, como Campinas, por outro, intensificou-se o tráfico de pessoas entre África e Brasil, que levaria anos até ser contido e extinto.
A cidade de São Paulo tem diversos pontos que podemos visitar que são grandes marcos deste período, prédios magníficos, construídos pelos chamados Barões do Café, praças, parques, todos símbolos da era do Ouro Negro, a principal mercadoria da economia brasileira até meados do século XX, quando entramos na era da industrialização.
Conheça alguns dos pontos que marcaram época, e são ainda hoje, grandes símbolos da cidade de São Paulo:
Palácio da Justiça
Um dos mais imponentes exemplos da nova arquitetura da metrópole, a obra de autoria do escritório de Ramos de Azevedo, o principal arquiteto de sua época, tem estilo eclético e muita influência neorrenascentista com acabamentos luxuosos por toda a fachada.
Pelo interior do prédio, elementos luxuosos e símbolos do judiciário, vale muito a pena dar atenção especial a claraboia, acima do Plenário do Júri. Atualmente, o prédio recebe exposições temporárias e permanentes, mantidas pelo Museu do Tribunal de Justiça.
Serviço:
Endereço: Praça Clóvis Bevilácqua, s/n
Telefone: 11 3295-5816
Edifício Guinle
Considerado o primeiro prédio da cidade, numa época em que as construções não passavam de três andares, o prédio de 8 andares tem uma bela fachada, com ornamentação em Art Nouveau, que remetem a riqueza trazida pela era do Café.
Serviço:
Endereço: Rua Direita, 49
Centro Cultural Banco do Brasil
Atualmente, um local para exposições, arte e cultura, nos tempos em que o café era o principal produto de nossa economia, a sede paulistana do Banco do Brasil.
Na fachada é possível ver a ornamentação com ramos de café, um prédio imponente e muito bonito, que recebe belas exposições.
Serviço:
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112
Telefone: 11 3113-3651
Edifício Martinelli
O mais alto arranha céu fora dos Estados Unidos em 1929, o projeto do prédio foi alterado por seu proprietário, que para provar a segurança de seu projeto, construiu em seu topo a sua própria mansão.
Um prédio também muito luxuoso, que importou a maior parte do material para sua construção, revestido de materiais clássicos e muito caros, abrigou um dos mais marcantes cafés de seu tempo de glória, o Café Brandão.
Serviço:
Endereço: Rua Libero Badaró, 504
Telefone: 11 3104-2477
Estação da Luz
Um dos pontos que mais marca a era do Café em São Paulo, a Estação da Luz fica na região central da cidade, era necessário um projeto que desse conta da quantidade de pessoas e carga. A Estação da Luz foi construída nos moldes e com materiais ingleses, e é até hoje um dos principais símbolos da cidade de São Paulo.
Serviço:
Endereço: Praça da Luz, 1
Parque da Luz
A ideia original do Parque era ser um Jardim Botânico, foi aberto ao público em 1825, e é a área verde mais antiga da cidade. Caminhando em meio às suas árvores, é possível encontrarmos ainda os pés de café.
Por lá também há gruta, cascata, aquário subterrâneo e quase 50 belas esculturas de grandes artistas como Leon Ferrari, Lasar Segal, Amílcar de Castro e Victor Brecheret, símbolos de uma era de extrema riqueza na cidade.
Serviço:
Endereço: Praça da Luz, s/n
Telefone: 11 3327-3545
Pinacoteca
No inicio de sua construção, em 1897, o prédio deveria abrigar o Liceu de Belas Artes e Ofícios, uma escola para profissionalização de artesãos e mão de obra especializada, tão necessária ao desenvolvimento da cidade de São Paulo.
Um projeto também do escritório de Ramos de Azevedo, parte dele seria a Pinacoteca, que passou a ocupar a totalidade do prédio, sendo o primeiro Museu de Arte da cidade.
Serviço:
Endereço: Praça da Luz, s/n
Telefone: 11 3324-1000