A maior feira do setor da enologia da América latina e quase a única da América do Sul comemora 20 anos de existência, em meio a um cenário de incertezas e turbulências políticas tanto no Brasil como em alguns países produtores que vieram nos visitar, um pouco menor do que outras edições, e com a ausência de alguns nomes tradicionais de peso do mundo do vinho a feira aconteceu entre os dias 14 a 16 de junho no pavilhão amarelo do Expo Center Norte.
Otimismo e empreendedorismo foram as palavras de ordem repetidas exaustivamente por todos os lados da feira tanto por produtores como por importadores, a grande aposta para o futuro do mercado brasileiro de vinhos está nas parcerias criadas e nos laços que se formam entre os produtores e os importadores, e claro sem esquecer dos compradores, muita gente nova trazendo vinhos de qualidade surpreendente pela primeira vez ao nosso país. Os números absolutos mostram um crescimento expressivo da cultura e do interesse pelo mundo do vinho por parte do mercado brasileiro, hoje não apenas tomamos mais vinho como também nos interessamos mais pelo assunto. E esse crescimento tem chamado a atenção de países tradicionais que passam por momentos de renovação, Portugal e Itália já possuem um consórcio de produtores independentes que desejam mostrar seus produtos ao público final e não apenas produzir uvas para as grandes vinícolas, dessa maneira as associações divulgam a feira fora do Brasil e tratam de auxiliar os produtores a chegarem ao nosso país em busca de novos negócios, em uma ideia de união faz a força sem que o produtor esteja sozinho em meio a um cenário incerto.
Em meio a expressões típicas do meio como buquê, amadeirado, frutado, e floral, uma outra expressão tomou lugar e corpo na fala dos produtores, o vinho para a família, apesar de cada produtor querer trazer o seu melhor produto e o seu vinho mais premiado a tendência da feira era trazer o vinho para o dia a dia, sem grandes complicações e nem mesmo valores expressivos, a grande maioria dos produtores trouxe uma aposta nos vinhos para o dia a dia, onde o que importa não são as regras e imposições já estabelecidas, mas sim o paladar do cliente final.
Adrian Barberis vinicultor e proprietário da Bodega Barberis e da Finca La Daniela, Mendoza Argentina, trouxe uma gama de produtos, para todos os momentos e ocasiões, para ele o que importa é o paladar do cliente final, e que o seu vinho não seja apenas uma garrafa sagrada guardada em um armário a espera de um momento especial. Para Adrian o momento é de otimismo com o cenário da enologia no Brasil, seus representantes exclusivos no mercado nacional a importadora Bodegas tem uma estreita relação de parceria com os produtores onde a aposta é no jogo de ganha-ganha, ganham os clientes, ganham os produtores e ganham os importadores.
O português, João Costa, da Manuel Costa & Filhos, traz a renovação portuguesa através do vinho verde, para ele o vinho Verde tem a cara do nosso país seu frescor e aroma frutados combinam perfeitamente com as nossas altas temperaturas, e para ele o clima frio assim como a crise econômica, são passageiros, e o importante é sempre se reinventar.
Já o italiano Lorenzo Lepri, da Rocca di Cispiano, aposta na tradição, mas com um olhar no presente e foco no futuro, localizada em Castellina Siena, ele traz o Chianti, emblemático vinho, italiano para São Paulo, com uma linguagem acessível, e paladar presente sem afetações a proposta da vinícola é trazer a qualidade e a tradição italiana na escola do vinho, a defesa do terroir, e a elegância do paladar para o dia a dia.
A vinícola Vinibrasil vem com seus vinhos do nordeste brasileiro, instalada na Região de Petrolina, e única a produzir vinhos no paralelo 8 a Rio Sol traz os seus espumantes mais frutados e aromáticos da feira. Para Sônia Martins os vinhos da Rio Sol são a tradução do Brasil.
